Pioneiro no CacoalCast: "Passarinho" Lauro Aparecido da Silva e a construção de Cacoal

Por Redação
Publicado 06/03/2024
Atualizado 06/03/2024
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Em um emocionante episódio do CacoalCast, "Passarinho" Lauro Aparecido da Silva compartilhou sua vida, marcada por pioneirismo, superação e uma profunda conexão com a cidade de Cacoal, Rondônia. Nascido em São Paulo, Lauro Aparecido viveu no Paraná antes de aventurar-se por Mato Grosso e finalmente se estabelecer em Cacoal em 1972. Apelidado de "Passarinho" por sua paixão por canários belgas, ele foi um comerciante influente, estabelecendo a primeira loja de pesca da cidade, que prosperou por 30 anos.

Além de sua contribuição econômica, "Passarinho" teve um papel importante na formação social e cultural de Cacoal, desde o estreitamento das relações com comunidades indígenas até a participação ativa nas primeiras eleições municipais. A entrevista mostrou um homem resiliente, adaptável e profundamente enraizado em sua cidade, superando adversidades pessoais e contribuindo significativamente para o desenvolvimento de Cacoal.

 Homenagem do autor, "Passarinho" Lauro Aparecido da Silva, ao povo acolhedor de Rondônia.

Este rico território foi Deus que abençoou. Por braço de homens fortes, foi assim que começou. Descobrindo toda a Rondônia, e vários governos ajudou. Trazendo de toda parte, e ajudando a pobreza. Eu falo verdade pura e eu aprovo com certeza. Se está virando cidade, é por força da natureza.

Depois de Vila Rondônia, descobriram o Cacoal. Em toda parte do mundo, que colocaram em jornal. Abrindo matas sombrias, capoeirão e Pantanal. Saída de todas as linhas, dá prazer de se olhar. Quando é de manhã cedo, sem acabar de clarear. Com facão e machado, vão para as matas derrubar.

Muitos anos atrás, eu era quase menino. Mas eu tenho uma lembrança, do governo Juscelino. Foi quem criou essas estradas, que por aqui vão sumindo. Vilhena é uma cidade, que fica logo na entrada. Depois Pimenta Bueno, já está bem aumentada. Se não fosse o Juscelino, ainda não tinha nada.

Soltaram os maquinários, foi gente de capacidade. Hoje temos Cacoal, que é terceira cidade. Crescendo dia por dia, mas é criança na idade. E a fama do território, que espalhou no mundo inteiro. Tem madeiras de valor, que produz muito dinheiro. Cacau, castanha e borracha, tiradas por seringueiros terra boa de verdade.

Um farturão de banana, produz todos os cereais. Minha gente, ó que bacana, logo Rondônia virou estado. É isto aqui, ninguém se engana. Considero na história, o melhor lugar do mundo. Para falar mal de Rondônia, só se for um vagabundo. Que se não fosse os primeiros, também não tinha segundo.

E aqui na nossa cidade, tem tantos mil habitantes. Destacamento completo, é coisa muito importante. Para corrigir os errados, são eles quem a garantem. Passando dia por dia, mas aumenta o Cacoal. Já temos tantos comércios, já temos hospital. Chegando de Porto Velho, que é nossa capital.

E vai virar cidade grande, por braço dos bandeirantes. Criar tanto ginásio, conforto para os estudantes. Cacoal vai ter vida própria, porque os governos garantem. E quem quiser saber meu nome, procure meu bolichinho. Eu me chamo Lauro da Silva, conhecido por Passarinho. Vivo sempre do meu trabalho, para não tormentar os vizinhos.

Cacoal já foi sertão, mas hoje tá bem povoado. Chega gente todo dia, ficam todos encantados. Eu mesmo vim  de São Paulo, por baixo dos encerados. E vou agora despedir, deste povo hospitaleiro. Um abraço do Passarinho, ao povo do estado inteiro. Que eu já fiz a minha homenagem, que eu também sou um violeiro.

E a Senhora Aparecida abençoe a humanidade. Tanto do povo da lavoura e também os da cidade. Um abraço do Passarinho, com toda sinceridade.