Agronegócio cresce 29%, colocando MS como 5º maior produtor de grãos e 7º do País em renda no setor
Números do setor apontam que valor bruto da produção neste ano vai superar os R$ 42 bilhões, mesmo em meio a pandemia do coronavírus E

Publicado 15/08/2020
A A

A pandemia do coronavírus passa longe da economia do agronegócio de Mato Grosso do Sul. Mesmo com problemas de contaminação de funcionários em frigoríficos, o setor não parou um minuto sequer nestes últimos sete meses. Isso levou a resultados expressivos como alta de 29,37% o superávit da balança comercial na comparação com o mesmo período do ano passado. Nos sete primeiros meses deste ano, a diferença entre o total exportado e importado pelo Estado foi de US$ 2,4 bilhões, US$ 600 milhões a mais em relação aos US$ 1,8 bilhão em 2019. As exportações em 2020 já somam US$ 3,5 bilhões. Os dados são do Ministério da Economia.

A soja comanda o comboio das exportações que cresceram 55% neste ano em MS. Outros itens que se destacaram foram: carne de aves, com alta de 18,59%; o açúcar, que cresceu 178,02%; óleos e gorduras vegetais e animais, com elevação de 238,3% e as exportações de ferro-gusa e ferroligas, que aumentaram em 194,36%. A celulose, segundo item mais exportado, apresentou queda em termos de valor (16,83%) devido aos preços no mercado internacional, mas o volume de produtos exportados teve alta de 7%.  

A cadeia de exportações é sustentada por uma produção forte e focada mesmo nos tempos difíceis de coronavírus. Nesta semana, o levantamento de grãos da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) mostrou que Mato Grosso do Sul é o quinto maior produtor de grãos do país, com 19,9 milhões de toneladas de soja e milho na safra de 2020. Em termos de Valor Bruto da Produção, que engloba a agricultura e a pecuária, Mato Grosso do Sul tem o 7º maior resultado, com R$ 42,53 bilhões.  

Os números só confirmam a vocação agropecuária do Estado que se apoio no trabalho do campo para não perder a esperança de vencer a crise do coronacrise. O caminho é longo, mas os indicadores mostram que a trilha é certa.   

Apetite chinês só cresce em aves e suínos de MS 

"Uma das coisas que permitiu ao Governo do Estado sustentar a arrecadação foi a dinâmica do setor exportador, tanto que crescemos em relação ao ano passado, com um ótimo desempenho da soja, com a retomada do açúcar, que é um produto que se recuperou. A carne bovina tem se mantido e o setor de aves, com crescimento de 18,59%, esse conjunto fez com que a dinâmica do agro nesse primeiro semestre fosse sustentada", comentou o secretário Jaime Verruck, da Semagro. 

A China segue como o principal destino das exportações, com 50,93% de participação (alta de 26,57% em relação a 2019) enquanto no aspecto regional o principal município exportador foi Três Lagoas com 41,88% de participação nas exportações estaduais. "A China continua sendo um mercado fundamental para o nosso Estado. O mercado chinês representava 44,82% das exportações do Estado de janeiro a julho do ano passado e em 2020 representou 50,93%. Nosso posicionamento é muito claro, trabalhamos para diversificar a nossa base de produtos e a China é o maior comprador do mundo na área das commodities", destacou o secretário. 

Verruck frisou ainda o resultado das exportações de minério, que tiveram queda de 30,04%. "Hoje o problema é de fluxo e não de mercado. Esse resultado está ligado ao baixo calado do Rio Paraguai. O rio está sem condições de navegabilidade devido à seca e isso impossibilitado o escoamento do minério pela Hidrovia", informou. 

Já o desempenho do município de Porto Murtinho, que escoou 362 toneladas de produtos (basicamente soja) de janeiro a julho de 2020, também foi ressaltado por Jaime Verruck. "Com o funcionamento do segundo terminal portuário na cidade, as exportações por aquele modal aumentaram 40,94%, com cerca de 100 toneladas a mais em relação ao mesmo período do ano passado. Esse é um resultado decorrente da política do Governo do Estado para fomentar o desenvolvimento portuário naquela região", finalizou o secretário. 

Lavouras prometem bom rendimento 

Mato Grosso do Sul segue em plena colheita da segunda safra de milho, com um certo atraso. O índice se aproxima dos 22% da área de 1,895 milhão de hectares plantados. Na região norte do Estado, onde a produtividade é maior, a colheita chega a 40%, como mostrou o boletim técnico do Siga/MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio) desta semana.

Até o momento, 53,25% do milho de segunda safra já foi comercializado e o preço em alta, na casa dos R$ 41,56.  Mato Grosso do Sul tem expectativa de colher 8,195 milhões de toneladas com produtividade média de 72 sacas por hectare, podendo ser revisada com o avanço da colheita no Estado.

Foram 1,895 milhão de hectares plantados com milho na safra 2019/2020, o que representa redução de 12,79% no total comparado a safra passada. A redução se deve as condições climáticas adversas na época de colheita da soja. 

O presidente da Aprosoja/MS, André Dobashi, explica que a temperatura mais baixa mantém a umidade do grão, atrasando a colheita principalmente a região sul do Estado. 

"Nas regiões norte e nordeste a colheita está mais adiantada, as temperaturas são mais altas e a expectativa de produtividade é maior, as vezes até superior a safra passada.  No sul, sudeste e centro, a produtividade se mantém na média, as vezes até menor. Regiões onde a seca prejudicou mais os produtores", explica o presidente da Aprosoja/MS. 

O secretário Jaime Verruck destaca que o acompanhamento da safra por meio do Siga/MS é um dos mais modernos e eficientes do país. "A parceria que temos com a Famasul e a Aprosoja/MS possibilita um ótimo monitoramento da safra. Para que a gente possa fazer o planejamento dos grãos no Estado". 

Produtividade só aumenta nos campos de MS  

De acordo com o 11º Levantamento da Conab, a área plantada em Mato Grosso do Sul cresceu 3,2%, subindo de 4.871,2 hectares em 2019 para 5.029,2 hectares em 2020. Em termos de produtividade, houve crescimento de 5,2% em relação ao ano passado, saindo de 3.760 kg por hectare para 3.957 kg por hectare.  A produção total de grãos passou de 18,31 milhões de toneladas em 2019 para 19,9 milhões de toneladas em 2020, alta de 8,6%.  

"O desempenho crescente da produção sul-mato-grossense de grãos decorre de fatores como a conversão de espaços que eram de pastagens em áreas de lavoura e também em função do uso de tecnologias e pesquisas feitas pelas fundações, adaptando novas variedades para solos menos aptos à agricultura. Os resultados apontados pela Conab mostram o potencial que Mato Grosso do Sul tem, ainda, sem pressionar os estoques de vegetação nativa. Temos muito a comemorar", avalia o secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).

 

 

Fonte: acritica.net